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Hoje Thiago Scalone e Matheus Ribeiro conversam com David da Jupiter e Murilo da DUM. Uzmeninos batem um papo sobre um assunto que todo cervejeiro caseiro pensa em fazer na sua vida, Contract Brewing! Terceirização, craft beer, alma, distribuição e muito mais neste cast!
Ola piazada!
Tudo muito legal no programa, dois caras bons e sabendo muito na entrevista. Parabéns!
Agora o meu reparo:
Artesanal – Produto feito por um artesão, trabalho ‘manual’, aquilo que não e’ produzido em escala industrial, produção sem sobreposição de mão-de-obra, produtos que possuem pequenas variações entre um lote e outro… por ai’ vai.
Ou seja, cervejeiros querem reinventar a roda. Logo chegam no esdruxulo exemplo americano de cervejaria artesanal de um milhão de litros, ta’ errado o pensamento. O David confundiu as coisas, não e’ porque trabalha bastante e tem foco na qualidade que o seu produto e’ artesanal. Infelizmente isso joga contra ate mesmo microcervejarias e cervejeiros como ele e o Murilo quando produzem terceirizados. Vejo ate um pouco de malandragem nisso, todo mundo quer embarcar na onda do cerveja artesanal = cerveja boa. Pra começar ate’ isso não tem sentido.
Acredito que os cervejeiros deveriam se informar mais sobre o que e’ uma produção artesanal, para qualquer produto. Esse conceito não nasceu com a cerveja e como cervejeiros podemos estar destruindo a verdade sobre um modo de produção que vai muito alem de nos, isso e’ ruim.
Abraço!
Olá Fernando, então por não ter uma tradução pra expressão CRAFTBREWERY foi adaptado para o português como cerveja artesanal, é o nome que melhor se encaixa com a iniciativa, nós apenas seguimos esse padrão, não estamos inventando um termo ou falando de maneira errônea, estamos só reproduzindo a linguagem do mercado.
Agradeço o seu comentário e espero que continue comentando, visto que só melhoramos com o feedback dos ouvintes.
Abraços
Ola’ Igor!
(antes que eu me esqueça, vocês poderiam colocar um seguidor para respostas nos comentários, tipo dos que enviam um email, a gente nem sabe que escreveram outra bobagem abaixo da nossa…)
Eu não me incomodo com vocês falando cerveja artesanal, mas com quem produz, porque quem produz e’ que utiliza do termo em proveito próprio sem ter direito (moral) de usar.
Pois então, vejamos… Então se a tradução ‘mais próxima’ pra craftbrewery fosse cerveja de milho da fazenda, teriam adotado o termo? Não creio. E existem sim termos melhores, termos que dizem de forma mais honesta, mais franca. Me parece que o problema e’ que querem se abraçar de forma oportunista num conceito com valor agregado, mas não se dão conta que estão estragando o conceito, muito brasileiro, por natureza pouco dado a ler, já’ não sabia o significado de artesanal e agora então, acham que e’ algo vago, de shopping… e isso prejudica artesãos de verdade, nem estou me referindo a cervejeiros artesanais, mas artesão por todo lugar, gente que tem um pensamento bem distante desse do Davi que por força quer unir trabalhar com atenção com ser artesanal (Se isso tivesse sentido um executivo da Shell seria um artesão legitimo). O próprio termo ‘micro’ diz ago como ‘sob a vista do cervejeiro’ ou algo como ‘produzido com atenção’ sem ludibriar.
Entendo a dificuldade, mas isso não muda o fato de ser uma apropriação indevida de um conceito, pior, com a intenção de conduzir o consumidor a um erro. Muitas pessoas apoiam o movimento artesanal por entender que estão investindo diretamente na vida do artesão, interferindo no seu ambiente. Uma microcervejaria ou uma sociedade que produz sem por as mãos diretamente, repito, diretamente no produto, não e’ artesanal. Acredito que isso seja muito grave, e volta a dizer, uma pena que os cervejeiros, justamente mais conscientes e apaixonados, estejam se aproveitando de uma ‘suposta falta de melhor tradução’.
Olha, não to tirando ideia de momento, pensava isso ha’ bom tempo (http://oficinaeoficio.wordpress.com/2011/11/25/artesanal-nao-e-automatico/) mesmo antes de fazer cerveja, acho que estao dando pouca importancia aos conceitos do meio cervejeiro, assim, os brasileiros estão baixando todo mundo pro nível ambev, e ninguém quer…
Abraço!
O que caracteriza o trabalho do artesão não é exatamente a manipulação do seu produto, é outra coisa. Sujeito pode ter quantos equipamentos ele quiser, pode ter tudo automatizado inclusive, mas para ser um artesão, ele precisa dispor desses equipamentos de acordo com seus interesses, não para atender uma complexa rede de mercado. Artesanato é um trabalho subjetivo, ou seja, centrado no sujeito. Deixa de ser artesanato quando não mais ele dispõe dos meios de produção, mas deve adptar-se ao processo, então passa a fazer parte de uma engrenagem em um sistema complexo de vendedores, distribuidores, prazos, controle de qualidade, ou seja em um trabalho centrado no objeto. Uma nano cervejaria é uma empresa que está saindo do primeiro modo de produção, o artesanato, e está adentrando no segundo, no fabril. Uma micro já está encaixada no modo fabril, mas busca expansão. Nesse sentido, acho correta a intervenção do colega, uma micro cervejaria já não é mais artesanato.